Ao falar de "vitoriosos e derrotados", Airton Faleiro se omite sobre apoio do PT a Hana

Aliado preferencial de Beto Faro - ainda que dele mantenha distância obsequiosa-, o deputado teria deixado um recado no ar?

29/07/2025, 11:10

Pronunciamento do deputado depois das eleições internas do PT deixou uma pulga atrás da orelha dos observadores /Fotos: Divulgação-Redes Sociais.


A


irton Faleiro, gaúcho de nascimento, ainda hoje gosta de se apresentar como “um agricultor”, embora não pegue em uma enxada há bastante tempo. Filiado ao Partido dos Trabalhadores, do qual é dirigente no Pará, Faleiro é deputado federal, exercendo seu segundo mandato, depois de ter permanecido na Assembleia Legislativa por várias legislaturas. Na câmara federal, preside a Comissão de Trabalho e é vice-coordenador da Frente Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas e vice-presidente da Comissão Povos Originários, Tradicionais e da Amazônia.

Semana passada, o parlamentar resolveu homenagear os “vitoriosos e os derrotados” do processo de eleição interna que o PT enfrentou recentemente. O escrutínio reuniu mais de 540 mil votantes no Processo de Eleições Diretas que, nas palavras do deputado, “consolida a vitalidade do partido e definiu lideranças municipais, estaduais e nacional. Houve segundo turno em cinco Estados. Não foi o caso do Pará, onde o senador - cassado pelo TRE e esperando julgamento na corte superior - Beto Faro fez, no linguajar popular, “barba, cabelo e bigode”, contando até mesmo com a ajuda de adversários da véspera, como o superintendente da Sudam, Paulo Rocha, que se viu obrigado a engolir em seco para não regurgitar o voto em seu arquiinimigo interno.

Preâmbulo inconcluso

O que mais chamou atenção na fala de Airton Faleiro não foi esse preâmbulo, que sequer concluiu, mas a salada de temas e assuntos que se seguiu a isso, fazendo parecer que o deputado estava improvisando uma fala sem pauta e sem noção de como terminar.

Aliado, mas nem tanto

Mas, por que? Sabe-se que, nas divisões internas, o grupo de Faleiro é aliado preferencial de Beto Faro, com quem atuou no movimento rural, mas de quem guarda distância obsequiosa, para se dizer o mínimo. Zé Geraldo é ex-deputado federal e foi preterido na chapa de Faro - que optou pelo neopetista Josenir Nascimento, indicado pelo governador Helder Barbalho - fato até hoje não digerido pelo dirigente, que atua na região do oeste paraense, a mesma de Faleiro - desde quando chegou do Rio Grande do Sul atraído pelas promessas do governo para os pioneiros da Transamazônica.

Silêncio que fala alto

Perdido em sua fala rodopiante, Faleiro pareceu estar flanando pelos assuntos do petismo paraense, mas deixou um recado no ar ao não incluir em sua fala o apoio à candidatura de Hana Ghassan à sucessão do atual governador. "O problema do silêncio é que ele fala muito", já disse um poeta. E o de Faleiro sinaliza com problemas para a unidade do PT em torno do mando de Beto Faro, fiel escudeiro de Helder Barbalho e ativista, desde longa data, da candidatura da vice-governadora.

Deve e não nega...

Afinal, dizem, o senador Beto Faro deve seu mandato à determinação da máquina estadual - além da generosa ‘mãozinha’ da empresa Kapa Capital -, o que faz dele e de seus aliados devedores da mesma conta que haverá de embalar a candidatura de Hana.

Papo Reto

 A TV Globo-TV Liberal mostra hoje à noite o programa “Profissão Repórter”, pautado na COP30, em Belém. Na chamada, o programa aponta o que irá mostrar: preços de hospedagem.  

•Afinal, a mochila da griffe Louis Vuitton custa o equivalente a R$ 17 mil ou a R$ 23,5 mil? Pena que, como anda nas alturas, não dá nem para perguntar ao comprador. 

O sacolejo promovido pelo “Conselhão” do Banpará não se restringiu apenas ao corte de gastos, conforme anunciado semana passada. Tamanha mexida não seria possível sem causar efeitos colaterais na própria estrutura administrativa do banco.

•A balança comercial do Pará registrou saldo positivo no acumulado do primeiro semestre deste ano. 

O superávit no Estado foi de aproximadamente US$ 9,6 bilhões entre janeiro e junho de 2025, com variação positiva de 0,45% em comparação com o mesmo período do ano anterior. 

•No ranking do Estados, o Pará se posicionou como o terceiro com o maior saldo na balança comercial, ficando atrás apenas do Mato Grosso e Minas Gerais. 

Por valor exportado, o Pará consolidou-se na sexta colocação do País, com cerca de US$ 10,9 bilhões neste ano.

•O Fórum Raízes do Amanhã, iniciativa do Sistema Comércio - CNC, Fecomércio, Sindicatos Empresariais, Sesc e Senac, vai elaborar uma carta aberta à COP30. As discussões ocorrem no Sesc Doca. 

Dança das cadeiras na igreja cristã Maranata, em Belém. Assumiu o templo da Timbó o pastor Fábio Aguiar; na Sacramenta, tomou posse o pastor e advogado Márcio Pacheco. 

•O pastor Luiz Paulo, fundador da congregação no Pará, permanecerá no templo do bairro de Batista Campos.

Mais matérias OLAVO DUTRA